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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Batendo cabeça com Simone

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publicado em 13/01/2024 ás 07h00
atualizado em 13/01/2024 ás 10h52

Penso que nem tudo (ainda) foi dito ou escrito, sobre a escritora Simone Beauvoir, que na última terça-feira teria feito 116 improváveis anos – mas não custa lembrar o papel decisivo de uma das suas obras “O Segundo Sexo”, publicada em 1949. Esse livro tem um fio condutor, que está longe de ser um manifesto militante de movimentos feministas.

Acho as feministas bacanas, mas não quero entrar no mérito, como dizia meu tio Cassimiro de Abreu. Eu sempre acho que as mentalidades não estavam, nem estão preparadas para a libertação da mulher, tal como Simone de Beauvoir abordou (e olha que elas merecem tudo), nem para a crueza da linguagem da escritora francesa. Nada disso, deixa Simone comigo que bateremos nossas cabeças adiante.

Quando estudava na UFPB, fiquei apaixonado por uma garota chamada Simone, que era casada com o amigo Zeba. Ela linda, uma princesa que eu não fiz coroar. Puxa vida! Se eu tivesse me casado com as mulheres por quem fui apaixonado, as pensões davam na canela. Isso sem falar da galega Sadoia.

Uma professora, acho que foi Dona G, que tem a idade do Caetano Veloso percebeu e me chamou na sala preta do DCA. Antes que ela falasse, eu disse logo – estou apaixonado por Simone. Ela quase me dar um tabefe: “você é louco, a menina é casada”. A menina ficou muito tempo batendo na minha cabeça

Toda mulher é meio Simone de Beauvoir. Sim, antes que eu me esqueça não percam o filme – “O Outro Lado da Dor” na Netiflix, a estreia do ator Dan Levy como diretor, além de estar envolvido no roteiro e fazer parte do elenco. Não percam. É demais.

As reações não fazem sentido nenhum – nem farão, se me fizeram esperar. Eu fiquei muito tempo na peneira, fiquei peneirando e se Deus quiser, eu não vou morrer tão cedo.

Voltava da caminhada com o jornalista Petrônio Souto, quando avistamos dona Denise, uma senhora bacana que um dia foi prefeita e  primeira-dama. Conversa vai, conversa dentro e, quando falei do romance da historiadora Mariana com o doutor Sampaio,  Denise riu e disse: “Ah, ali agora estão só batendo cabeças” Sacou?

Estava suficientemente explicado o papai e mamãe, a repetição, e a dureza da  “Idade Razão” e que amolece a pele solta sobre o músculo –  e depois, o que será de nós dois nesse feito boomerang de  uma longa época de sexo e  glória, até esbarramos nas cabeçadas. Por enquanto estamos no “ai que medo”

Sempre preferi Simone de Beauvoir a Sartre, além da empatia e antipatia, mas, goste-se ou não, eu um dia estava no centro do Olimpo que Paris era então, 1982 – quando, no Café de Flore, escuto Juliette Greco ( não confundir com Juliette do BBB), cantando “Il n’y a plus d’après”.  Eu juro.

Então, não há mais depois disso, Nina, Nina, Nina Simone?

Kapetadas

1- Falando em moleza, se conversa mole fosse dinheiro, o Centrão seria o Banco Central.

2 – E aquela pessoa? Tão tóxica que cientistas consideram incluí-la na tabela periódica junto com o plutônio. Deu a bexiga!

3 – Som na caixa – “Esse Deus das avencas é a luz, saindo pelos olhos”, de Caetano Veloso

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB