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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Tereza, eterna Cittadino

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publicado em 25/05/2024 ás 07h00
atualizado em 25/05/2024 ás 08h54

Eu digo eterna, porque ela esticou a vida aqui nos trópicos e a interpretação dessa palavra Cittadino é cidadã, que também quer dizer, é da cidade.

Tereza educada, maravilhosa.

Das coisas múltiplas, ela adorava obras de arte, suas árvores de Natal.

O fluxo cerebral dela entrelaçava com o meu. Era uma mulher inteligente.

Ela tinha um amor pela família e pelas amigas, que enlaçavam o bem e, se tornou a eterna Tereza Cittadino. Eu tinha amor por ela.

Reinventava as coisas. A precisão de dizer pouco, me pareceu a única razão e sentido do seu compromisso, enquanto pessoa. Assim, tenho a imagem  de uma mulher que veio morar perto de mim, na Rua Miguel Sátiro, aqui na praia do Cabo Branco. Fui diversas vezes ao seu apartamento – obras de arte espalhadas por toda casa.

Foi na casa de Maria Emilia e Francisco Evangelista que conheci Tereza e Garibaldi Cittadino. Foi Emilia quem avisou da sua passagem. Fiquei triste. Passou, ela nunca mostrou tristeza, só vida.

Foi difícil criar uma intimideade com ela, mas eu tive o cuidado de juntar sensibilidade com respeito. Tereza tinha carinho por mim.

Não quero dizer nada do que ela fez por mim, nada.  Talvez do que fomos, se houvesse tempo, para agradecer, sequer  mãos pudessemos acenar.

Teresa adorova a vida, as festas, as viagens. Os netos Pedro, Laura, Helena e os bisnetos Henrique e Vicente.

À  medida que a voz se cala, perdemos a voz, mas a memória permanece.

Tereza conseguiu  segurar a luz que veio buscá-la, nessa certeza  com que a morte se apropria de nós.

Estamos assim sem vê-la, outras faces e visões, que nos davam a amizade e o prazer deste encontro no  mundo.

Obrigado por você ter existido, Tereza!

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Hoje não tem Kapetadas.

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