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Educador Físico,  Psicólogo e Advogado. Especialista em Criminologia e Psicologia Criminal Investigativa. Agente Especial da Polícia Federal Brasileira (aposentado). Sócio da ABEAD - Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas e do IBRASJUS - Instituto Brasileiro de Justiça e Cidadania. É ex-presidente da Comissão de Políticas de Segurança e Drogas da OAB/PB, e do Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas do município de João Pessoa/PB. Também coordenou por vários anos no estado da Paraiba, o programa educativo "Maçonaria a favor da Vida". É ex-colunista da rádio CBN João Pessoa e autor dos livros: Drogas- Família e Escola, a Informação como Prevenção; Drogas- Problema Meu e Seu e Drogas - onde e como lidar com o problema?. Já proferiu centenas de conferências e cursos, e publicou dezenas de artigos em revistas e livros especializados sobre os temas já citados.

O impacto das drogas no ambiente de trabalho

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publicado em 18/06/2024 às 07h00
atualizado em 17/06/2024 às 17h49

 

O uso de álcool e outras drogas em excesso tem impacto direto no ambiente de trabalho: gera redução da produtividade, interfere no desempenho, na rotatividade funcional, no relacionamento interpessoal, seja na família ou com os colegas de trabalho, no absenteísmo, bem como na segurança e na saúde do trabalhador usuário e demais colaboradores.

Os efeitos e consequências deste comportamento inadequado praticado por parcela significativa dos trabalhadores, têm alcançado cada vez mais cidadãos e cidadãs, das mais diversas camadas sociais, independente de nível cultural, financeiro, social etc.

Assim sendo, infelizmente, toda a sociedade, de alguma forma, direta ou indiretamente está sendo vítima deste comportamento indevido.

         Estudos da Organização Mundial do Trabalho apontam que 20 a 25% dos acidentes de trabalho em todo o mundo, envolvem pessoas sob efeito de álcool ou outras drogas. Ainda, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pessoas com problemas decorrentes do uso de álcool e outras drogas, faltam cinco vezes mais ao trabalho quando comparadas com aquelas não usuárias.

Também não é demais lembrar que as estatísticas demonstram que o tráfico ilícito de drogas e o uso indevido destas substâncias se constituem no principal e mais inflamável combustível para a violência hoje reinante em todo o mundo. E que, a camada social mais vulnerável e prejudicada, é exatamente àquela menos favorecida social e financeiramente.

Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil: a cada três horas em média, um trabalhador brasileiro recebe licença médica do trabalho para se tratar da dependência química ou das comorbidades a esta relacionadas. É importante registrar que, em se tratando do uso indevido de drogas, o maior prejuízo, na maioria das vezes, não é exatamente a dependência química, que por si só já é um grande problema, mas sim as ações ou omissões destes usuários quando sob os efeitos destas substâncias, pois rotineiramente praticam atos desastrosos, ou mesmo deixam de executar tarefas importantes e necessárias, resultando por vezes em consequências danosas e prejudiciais não só a estes consumidores, mas também àqueles que estão em sua volta.

Portanto, os números não deixam dúvidas, este é um problema real e crescente, que deve urgentemente ser enfrentado por toda a sociedade, devendo ser liderado e orquestrado pelos poderes constituídos, mas que precisa contar com a parceria indispensável das empresas, por intermédio dos seus empresários e funcionários. É importante ainda que estas ações educativas preventivas sejam estendidas às famílias destes trabalhadores, pois elas podem contribuir muito para o sucesso desta empreitada em prol da saúde de todos.

Para tanto, faz-se necessário que as empresas invistam em campanhas e ações educativas informativas e de assistência social e saúde com seus funcionários e familiares, objetivando com isto prevenir o surgimento de tais problemas e/ou que possam remediá-los precocemente.

Este é um investimento que, com certeza, trará benefícios e lucros tanto para as empresas quanto para os trabalhadores, seus familiares e a sociedade como um todo.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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