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Sobrinha denuncia pediatra e revela detalhes de como foi abusada há 30 anos

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publicado em 07/08/2024 ás 18h58
atualizado em 07/08/2024 ás 19h04
Gabriela Cunha Lima relatou ter sido abusada pelo médico Fernando Cunha Lima (Foto: Reprodução/TV Correio)

Gabriela Cunha Lima, hoje com 41 anos, relatou ter sido abusada pelo tio, o pediatra Fernando Cunha Lima, quando tinha apenas 9 anos de idade, em 1991. O médico é investigado pela Polícia Civil da Paraíba após a mãe de uma criança denunciar o profissional. Ela acusa Fernando de ter abusado a filha de nove anos durante uma consulta médica em João Pessoa.

Em entrevista à TV Correio na tarde desta quarta-feira (07), Gabriela Cunha Lima descreveu como aconteceu o crime.

“A gente frequentava a casa dele, veraneava. Em um desses dias, ele me acordou. Eu dormia no quarto da filha dele. Eu lembro que ele tinha voltado para almoçar. Ele ficou brincando comigo, dizendo que eu tinha acordado de madrugada com saudades do meus pais. Eu fiquei sem entender, porque não lembrava de ter acordado de madrugada. Quando foi mais tarde, todo mundo desceu e ele me chamou no quarto”, relatou.

“Ele [Fernando Cunha Lima] abaixou a calça e pediu para eu colocar as mãos nos órgãos dele, ficar fazendo movimento. Ele pediu para eu baixar a minha calça e colocou nas minhas partes e pediu segredo”

Segundo Gabriela, a família foi comunicada do crime. À época, o pai da vítima chegou a procurar Fernando para “acertar as contas”, mas não encontrou o pediatra, pois ele estava viajando.

“Ele [pai de Fernanda] simplesmente saiu. A gente ficou sem saber. Mainha ligou para os outros irmãos e depois painho retorna. Ele tinha procurado o pedófilo para matá-lo, mas ele [Fernando] estava viajando. Ele não morreu porque estava viajando”, descreveu.

Gabriela se diz arrependida de não ter feito a denúncia antes. Ela relatou que quando buscou as autoridades, já era tarde.

“Eu me sinto, por mais que todo mundo diga que não, eu me sinto culpada por não ter feito a denúncia antes. Não poderia ter feito a denúncia em 1993, porque eu era uma criança. Essa denúncia tem um tempo para ser feita. A partir dos 18 anos eu poderia ter feito essa denúncia. Quando eu fui denunciar já era tarde, eu já estava com 41 anos”, disse.

Hoje, Fernanda deve ser ouvida pela Polícia Civil da Paraíba.

Veja o depoimento:

Entenda o caso 

O médico Fernando Cunha Lima, de 80 anos, é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra Infância pela suspeita de abusar uma menina de nove anos dentro de seu próprio consultório médico no dia 25 de julho, em João Pessoa.

Após a consulta, a mãe da vítima foi até uma unidade da Polícia Civil onde foi registrado o Boletim de Ocorrência com a denúncia.

Ao Portal MaisPB, o superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana, informou que o profissional é investigado pelo crime de estupro de vulnerável, mais especificamente por um ato que foi denunciado, como atos libidinosos diversos da conjunção carnal, por apalpar ou até pela introdução de dedos ou mãos nas partes íntimas.

“O médico foi ouvido, a delegada que preside a investigação iniciou o interrogatório na última semana, mas foi suspenso por alegações de ordem médica, de saúde. O interrogado não estaria com condições de continuar até o término do interrogatório, ato que seguirá ao decorrer da semana. Além do interrogatório, outras diligências foram feitas pelas equipes, inclusive já comunicadas ao judiciário”, afirmou o superintendente.

CRM abre sindicância 

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) determinou, nesta quarta-feira (07), a abertura de uma sindicância para apurar a denúncia apresentada contra um médico Fernando Cunha Lima, de 80 anos, acusado pela família de uma criança de abusar a menina durante consulta médica em João Pessoa.

Em nota enviada à redação do Portal MaisPB, a entidade afirmou foi notificada pelo advogado da vítima sobre a acusação. O processo interno deverá durar cerca de 90 dias.

“Conselho pretende agir de forma célere para concluir a apuração, já que há um interesse social relevante, dando o amplo direito de defesa ao acusado”, diz o Conselho.

MaisPB

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