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“Juiz deixou um pedófilo solto”, diz sobrinha e vítima de pediatra

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publicado em 26/08/2024 ás 18h47
atualizado em 26/08/2024 ás 18h57

O médico Fernando Cunha Lima, denunciado pelo estupro de crianças em consultas médicas na Paraíba, permanece solto após decisão do juiz José Guedes Cavalcanti, da 4° Vara Criminal de João Pessoa, que recusou o pedido de prisão do idoso nesta segunda-feira (26).

Uma das testemunhas do caso e sobrinha do denunciado, Gabriela Cunha Lima desabafou em entrevista ao Programa HoraH e Portal MaisPB ao afirmar que “a justiça está deixando um pedófilo solto”.

“Nós ficamos surpresas e estarrecidas, porque a delegada entrou com pedido de prisão, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) acatou esse pedido e não entendemos porque o juiz deixa um pedófilo a solta quando as práticas de abuso e de estupros ocorriam tanto na casa dele, quanto no consultório. O único local que as crianças estarão seguras é ele estando preso, porque onde ele estiver vai praticar o estupro e fazer o mal”, afirmou.

A sobrinha Gabriela Cunha Lima, hoje com 41 anos, relatou ter sido abusada pelo tio, o pediatra Fernando Cunha Lima, quando tinha apenas 9 anos de idade, em 1991. “Meu caso aconteceu em 1991, nós estamos em 2024, são mais de 30 anos. Isso nunca vai ser apagado ou não vai ter uma forte decisão em minhas decisões no meu modo de viver”, relatou.

Na decisão, o magistrado determinou o afastamento do pediatra e o bloqueio dos bens. Na semana passada, o promotor Bruno Lins solicitou à Justiça o valor de 400 salários mínimos para cada uma das vítimas em título de reparação. Guedes Cavalcanti ainda negou o requerimento de busca e apreensão nos consultórios de Fernando Cunha Lima.

Ao Portal MaisPB, o advogado da defesa do médico Fernando Cunha Lima, Aécio Farias elogiou a decisão do magistrado e declarou que, a partir de agora, vão aguardar a citação para fazer a defesa e provar a inocência do acusado.

“A defesa recebeu com muita tranquilidade, essa decisão já era esperada pela postura ética e correta que a Paraíba toda conhece desse magistrado que se estabiliza pela sua erudição jurídica. Então se nesse caso específico a lei estabelece que não há necessidade da prisão, assim como toda jurisprudência existente, então sua excelência ela agiu acertadamente ao não decretar essa medida em virtude da inexistência dos requisitos necessários para tanto”, declarou Aécio.

MaisPB

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