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Como a tecnologia adotada desde a infância fragilizando novas gerações.
Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo nos níveis de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais em adultos, mas principalmente em jovens. Mas por quê? O uso de tecnologias digitais pode nos dar as pistas sobre esse fenômeno.
Conhecido como a “geração de ansiosos”, principalmente a geração Z ( nascido a partir de 1995 e a alpha ( a partir de 2010) tem despertado a atenção de pesquisadores em saúde mental.
Um dos autores que mais contribuiu para essa discussão é Jonathan Haidt, psicólogo social e autor de livros influentes como *The Coddling of the American Mind e o atual geração de ansiosos diz que estamos causando 4 prejuizos as novas gerações com a tecnologia.
Mas como algo que é para ser ferramenta e nos auxiliar no dia a dia esta causando tantos malefícios?
Segundo ele, a sociedade contemporânea, especialmente nas últimas décadas, tem promovido um ambiente de superproteção em relação às crianças e adolescentes no físico e dado muita liberdade no digital. Embora a intenção seja nobre, o resultado tem sido uma geração menos preparada para enfrentar os desafios da vida adulta.
A popularização das redes sociais, especialmente a partir de 2012, coincide com o aumento dos casos de ansiedade entre jovens. Por exemplo, a constante comparação com os outros, a busca incessante por validação através de “curtidas” e “compartilhamentos”, e a exposição a discursos de ódio e bullying online são fatores que contribuem para a fragilidade emocional.
Ainda mais preocupante, é o impacto dessas plataformas na formação da identidade dos jovens. Ao invés de explorarem o mundo real e interagirem com diferentes perspectivas, muitos adolescentes acabam se fechando em bolhas ideológicas, reforçando suas crenças e isolando-se de visões contrárias. Esse fenômeno, conhecido como “câmaras de eco”, pode exacerbar sentimentos de ansiedade e insegurança, uma vez que os jovens não são desafiados a enfrentar opiniões divergentes de maneira construtiva.
Recentemente participei de uma conferencia internacional, onde pesquisadores apresentavam seus temas para uma plateia de 200 pessoas, para os da geração Z isso foi um baita desafio emocional. Porque ?
O ambiente educacional têm contribuído para essa epidemia de ansiedade, uma vez que promove o chamado “espaços seguros” nas universidades. Embora essas práticas sejam frequentemente defendidas como meios de proteger estudantes de traumas emocionais, pesquisadores argumentam que, na realidade, elas podem estar preparando os jovens para serem mais vulneráveis ao estresse. Isso ocorre porque os estudantes não estão sendo expostos a desafios e ideias desconfortáveis, o que é crucial para o desenvolvimento da resiliência emocional.
Entretanto, é importante reconhecer que nem tudo está perdido uma das principais recomendações é a promoção de uma educação mais voltada para o desenvolvimento da resiliência. Isso inclui encorajar os jovens a enfrentar desafios, a sair de suas zonas de conforto e a se envolver em atividades que promovam a autonomia e a independência.
Outro ponto crucial é a necessidade de uma regulação mais rigorosa das mídias sociais. Embora seja praticamente impossível eliminar completamente os riscos associados a essas plataformas, medidas podem ser tomadas para minimizar seu impacto negativo na saúde mental dos jovens. Tais como a limitação do tempo de uso, a promoção de comportamentos online saudáveis e a conscientização sobre os perigos da comparação social.
A geração de ansiosos é um fenômeno real e preocupante, mas, ao adotar as medidas adequadas, é possível construir uma sociedade mais resiliente e preparada para enfrentar os desafios do mundo moderno.
Embora a intenção de proteger nossos jovens seja louvável, precisamos encontrar um equilíbrio entre a proteção e o desenvolvimento da resiliência emocional. Afinal, enfrentar adversidades é uma parte fundamental do crescimento humano.
Portanto, é essencial que pais, educadores e a sociedade em geral trabalhem juntos para criar um ambiente que promova tanto a segurança quanto a força emocional. Somente assim poderemos garantir que as futuras gerações estejam preparadas para enfrentar os desafios inevitáveis da vida com coragem e confiança.
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br
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OPINIÃO - 22/11/2024