Vivemos em um mundo repleto de palavras, onde a comunicação se tornou uma ferramenta poderosa, mas também suscetível a mal-entendidos. Antes de nos lançarmos em discussões ou fazermos afirmações que podem ser consideradas inverdades, é essencial ponderar sobre a capacidade do outro de compreender nossas intenções. Muitas vezes, dialogar com alguém que não compartilha da mesma experiência emocional pode ser um exercício frustrante, mesmo que essa pessoa possua uma capacidade intelectual igual ,inferior ou até superior.

A sabedoria reside em saber quando e com quem falar. Para aqueles que já trilharam caminhos difíceis, cada palavra carrega um peso diferente. O silêncio, muitas vezes, é mais eloquente do que qualquer discurso. Assim, pessoas realmente sábias escolhem suas batalhas e falam apenas quando têm certeza de que o ouvinte é capaz de absorver e refletir sobre o que está sendo dito. Essa escolha não é apenas uma questão de estratégia, mas um sinal de respeito pela própria comunicação.

Freud (foto)  nos ensina que muitas vezes projetamos nos outros aquilo que somos capazes de fazer ou sentir. Assim, ao emitir julgamentos ou críticas, podemos estar refletindo nossas próprias inseguranças e limitações. Quando falamos sem considerar essa projeção, corremos o risco de ferir alguém com palavras que expressam mais sobre nós do que sobre a pessoa a quem nos dirigimos.

Por outro lado, mesmo os sentimentos mais nobres podem ser feridos em meio às palavras mal colocadas. A ofensa pode ser perdoada, mas as marcas deixadas por ela permanecem. A memória pode se dissipar ao longo do tempo, mas a sensação de traição ou incompreensão ressoa por muito mais tempo. É natural que quem se sente ofendido busque seguir em frente, mas a ferida nunca desaparece completamente.

Assim, devemos sempre nos lembrar da responsabilidade que vem com as palavras. Elas têm o poder de curar ou ferir e são capazes de construir pontes ou muros entre as pessoas. A comunicação verdadeira exige empatia e um entendimento profundo do outro. Portanto, antes de falar, é vital considerar até onde nosso interlocutor pode nos acompanhar na conversa.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB