Como bem disse a escritora Clarice Lispector – aprender a se preservar é  falar pouco ou quase nada. Sim, na jornada delicada das relações humanas, aprender a se preservar é um dos maiores desafios. Falar pouco, ou quase nada, muitas vezes é um ato de coragem. No silêncio, encontramos espaço para refletir sobre o que realmente importa. As palavras têm poder, e quando se trata do coração, cada sílaba carrega um peso sagrado. Não é á  toa que Clarice escreveu cinco livros para crianças.

É preciso discernir a quem confiamos nossos sentimentos mais profundos. Não se trata apenas de desabafar, mas de compartilhar nossa essência com quem realmente se importa. Aqueles que nos ouvem com carinho, que vibram ao nosso lado nas alegrias e que desejam ver nossos pesares se dissiparem como nuvens, são raros e preciosos.

Desabafar é um ato de entrega, e essa entrega deve ser feita com sabedoria. Não é para qualquer um que devemos abrir as portas do nosso ser. É essencial encontrar aqueles que não apenas escutam, mas que também torcem pela nossa felicidade, nosso boa companhia. São eles que nos encorajam a superar os desafios e a buscar novos caminhos.

A vida é repleta de ventos incertos,  tempestades, além das trilhas sinuosas, mas seguimos na legião dos bons.  Por isso, escolher bem a quem confiamos nossas inquietações é fundamental. A verdadeira amizade se revela na capacidade de acolher o outro em suas vulnerabilidades e celebrar suas conquistas como se fossem nossas, suas.

Em um mundo onde as palavras muitas vezes são ditas ao vento, é um alívio saber que existem corações gigantes dispostos a nos ouvir com atenção e amor. Cultivar essas conexões requer cuidado e discernimento, mas é nelas que encontramos abrigo nas tempestades emocionais.

Assim seguimos e aprendemos um com o outro, a habilidade da preservação: falar menos para sentir mais, compartilhar com aqueles que realmente importam e encontrar beleza na simplicidade dos relacionamentos verdadeiros.

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