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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Louco por Psique

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publicado em 18/01/2025 ás 07h00
atualizado em 18/01/2025 ás 08h24

Um semideus que veio de longe, disse que Psique permanece adormecida no seu leito do Cíclames do Líbano. Como assim, uma deusa grega vinda do primeiro verso “Última flor do Lácio, inculta e bela”, do poeta Olavo Bilac, que na época o poeta se referia ao idioma Português como a última língua derivada do Latim Vulgar falado no Lácio, uma região italiana?  “Oh! Senhora dos nossos esqueletos”

Talvez ele, o Alex, tenha dito pensando em Psique e Eros, a princesa adormecida, do poema do  Pessoa, a que se espera, dormindo espera, sonha em morte a sua vida, e orna-lhe a fronte esquecida, verde, uma grinalda de hera. É muito bonito isso. Fé pra quem é forte.

Mas Psique dos trópicos é alheia ao contetamento circular dos olhos e  dos gritos do fogo de Los Angeles, na baixa Califórnia. Na desgraça do tempo cá estamos à beira do rio na Beira Rio. Fé pra quem é foda.

Se a imaginação diz que Psique dorme eterna nunca antes a sua beleza foi tão singular, agora que se viu no espelho do outro, que veio de longe, cuja mulher Pri quis se banhar nas águas do Cabo Branco, e se ela se banhou na luz dessa deusa, a felicidade é da cor do mar, quase o amanhecer.

Imagine Psique, que não deve seu nome  nem ao poeta Bilac, sequer ao poeta particularmente não otimista,  para com a natureza humana. Não é fácil ser Psique, quando ao encontro do infante viu que ele era ela que dormia. Fé pra quem não foge à luta.

Psique, a que nunca se alcançava, mesmo quando um deus chega atravessando os sete mares e tudo estremece, qualquer respiração, qualquer canção, se a deusa permanecer dormindo…

Longa não é tarde de Jobim, longo é o sonho dos deuses no reino de Zeus, onde a própria Vénus nunca foi vista nua fora das pinturas milenares.

Dorme  Psique no sonho da imaginação, que o teu despertar está por toda parte de Eros acordado, com o poder de comover tantas deusas na ausência de semideuses, no contraste do esvaimento do pensamento.

Se pensar eu não sei, então posso ser Psique, psicótico, neurótico, todo errado, só porque não tenho Psique 24 horas do lado.

O pseudônimo, de mim mesmo, nunca Álvaro de Campos, o modernista e futurista na sombra de Fernando Pessoa, mas a beleza também se despede!

Na manhã das minhas ilusões que eu possa ser o que eu quiser.

Kapetadas

1 – Depois que mataram cidadãos por envenenamento no Piauí, passaram a chamar o causador dos óbitos de arsênio. Céus! Não é correto.

2 –  Quando nos referimos ao elemento químico da Tabela Periódica, a denominação certa é “arsênio”: o de número atômico 33. Já “arsênico” é mais apropriado nos casos de envenenamento, é o popular veneno de rato.

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