João Pessoa, 22 de fevereiro de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O arquiteto Louis Kahn (foto) disse que um tijolo tinha vontade própria. Eu achei incrível. Vontade própria não é para qualquer um. E tem o bando que só come com os olhos – e os que vivem para comer e não comem para viver. É confuso a Construção da vida – mas “tijolo com tijolo num desenho lógico, seus olhos embotados de cimento e tráfego” não sai de cartaz. Tijolada, meu!
Louis Kahn era apaixonadíssimo pela arquitetura antiga, vivia grudado nos monumentos e ruínas. Eu sou assim. Sou apaixonado pelos casarões das cidades, esburaco nas ruinas mesmo sabendo que ali mora o perigo.
Eu olhei para o cara na cara jogando plástico no mar e vi o contrário desse tijolo adâmico criado pelo homem, que adquiriu vontade própria, aspirando ser catedrais. Genial, não é? É, mas uma tijolada para quem joga plástico no mar, não custa nada.
Eu frequentei palácios, casas, museus e lugares nobres e milhões de cenas apodrecendo nas ruas – o tijolo vive mais o homem.
O homem no poder é um solitário, solta pum pra si mesmo e deve ser o caos na imitação da vida, enquanto meu amor usa seios postiços, um corpo delgado, quase uma prancha de surf, roupa, carro, barco, dinheiro, válvula de coração e teclado de computador.
Pensei comigo, que material interessante de lidar, o tijolo, que não faz somente paredes, mas arrebenta. Então, o assombro passou a ser para mim, além de artificial, mediano, sem vontade própria, algo com impossibilidades infinitas.
Na Esquina 200 vi uma moça nua comendo um pudim diet ao lado do índio Karapiru. Não entendi nada.
Kapetadas
1 – Se a bandeira americana tivesse uma inscrição como a da Paraíba, seria: Go home!
2 – Alguém aí tem notícia de quando vai acabar com o toma lá dá cá?
Obra de Louis Kahn
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REAJUSTE - 21/02/2025