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Sinduscon ressuscita tema e defende estudo de aterro na orla de João Pessoa

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publicado em 25/02/2025 ás 15h44
atualizado em 25/02/2025 ás 17h26
Foto: JJ Eduardo

O Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP) saiu em defesa, nesta terça-feira (25), do retorno das discussões sobre o aterro das praias da capital. Para a categoria, a cidade “não pode se esconder desse debate”. O Sindicato aponta que a engorda das praias pode trazer benefícios para a mobilidade urbana, a preservação ambiental e o fortalecimento do turismo. A posição foi divagada após o secretário de Turismo de João Pessoa, Vitor Hugo, também se mostrar a favor da pauta.

Para o presidente do Sinduscon-JP, Ozaes Mangueira, a discussão deve ser conduzida de maneira técnica e responsável, sem preconceitos. “O que está acontecendo na orla de João Pessoa é um problema real. O avanço do mar ameaça o nosso ponto mais oriental, e ignorar isso pode trazer danos irreversíveis. Precisamos buscar especialistas, ouvir os estudos e entender qual a melhor solução para preservar a cidade”, defendeu.

Segundo Ozaes, a engorda das praias já foi implementada em várias cidades e trouxe impactos positivos para a economia e a qualidade de vida da população. “Muitas capitais litorâneas já adotaram essa estratégia sem prejuízo ambiental. Pelo contrário, os benefícios são claros. João Pessoa não pode se esconder desse debate. Se há um problema, precisamos buscar a melhor solução técnica, seja a engorda, seja outra medida que os especialistas indicarem”, destacou.

O Sinduscon-JP disse que mantém o compromisso com desenvolvimento sustentável e se colocou à disposição para debater o tema. “É fundamental que toda a sociedade se envolva e que essa decisão seja tomada com base em critérios técnicos, e não em desinformação ou interesses paralelos”, concluiu Ozaes.

Aterro da praia 

O debate sobre aterro nas praias de João Pessoa não é novo. Em 2023, a Prefeitura da Capital havia contratado a empresa Alleanza Projetos e Consultoria para fazer o projeto que abrangeria o alargamento nas praias de Bessa, Manaíra, Ponta dos Seixas e Jacarapé. À época, a pauta não foi abraçada pela cidade, o que levou o prefeito Cícero Lucena (PP) a cancelar o contrato.

Segundo Lucena, a proposta visava trazer “benefícios e proteção” para a orla. “Vamos passar uma avenida [próximo à barreira de Cabo Branco], contornando a avenida e interligando a Praia do Seixas, é um projeto que deixei em 2004. Entre o Hotel Tambaú e o Mag Shopping, vamos ter o alargamento, para que possamos fazer a terceira pista de Manaíra. Tem ainda a proteção do Caribessa”, afirmou o prefeito em fevereiro de 2023.

Com o cancelamento do contrato, a gestão havia informado que iria concentrar os esforços que pudessem resultar na recuperação da barreira do Cabo Branco.

Aterro foi questionado pelo Ministério Público 

O projeto inicial de aterrar a trechos da orla de João Pessoa foi alvo de questionamento por parte do Ministério Público de Contas e o Ministério Público Federal.

Em ação protocolada junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), o MPC solicitou que a prefeitura pudesse fornecer documentos de como estava o trâmite.

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Já o Ministério Público Federal, chegou a apontar falta de transparência no projeto e por isso decidiu instaurar um inquérito para apurar o andamento da obra.

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