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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

La utilidad de lo inútil

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publicado em 03/03/2025 ás 19h38

O Brasil será sempre o país do futuro.  E não é um país sério, todo mundo sabe. Como pode parar uma semana para se viver a cultura inútil do carnaval. Só aqui existe isso…

Vejamos o que diz o poeta Manuel Bandeira

“Eu quis um dia, como Schumann, compor

Um carnaval todo subjetivo: Um carnaval em que o só motivo

Fosse o meu próprio ser interior…

Quando o acabei — a diferença que havia!

O de Schumann é um poema cheio de amor

E de frescura, e de mocidade…

E o meu tinha a morta mortacor, da senilidade e da amargura…   

O meu carnaval sem nenhuma alegria!”

Isso dele dizer  da senilidade e da amargura, faz lembrar que chega um momento em que a vigília da vida incomoda.

Milhares de brasileiros enlouquecem no carnaval e depois se olham transformados de volta a um Brasil deserto.

A pessoa vai pular carnaval e ignora que a ecologia do planeta está a ser devastada.

A expansão suburbana cresce gramado após gramado. Bandidos por toda parte. O Brasil natural está morto.  Está sendo queimado e pavimentado. Não se tem mais uma casa de pé, só de palha.

Cultura do celular

Desde a chegada da Internet e seu domínio sobre as pessoas, que a coisa está bombástica. Tudo bomba.  Vende-se até alma pelo pix.

Qualquer cultura sã e racional, ao mirar o autodestrutivo deveriam ser interrompidas e repensadas imediatamente.

É claro que a cultura do carnaval, do celular, sob a qual estamos subjugados, não é sensata nem racional.  É dominante e mal reconhece os horrores, que estão a passar nas redes sociais.

A tecnologia nos salvará?

Mais confusão, mais feminicídio, mais consumo e mais dominação deveriam desfazer os danos causados ​​pela cultura inútil do carnaval, seu consumo e alucinação.

Alguém aí tem o contado de Charlotte Drake?

Kapetadas

1 –  Tava pensando aqui a única coisa que cresce mais rápido que o custo de vida é a habilidade de encontrar desculpas para gastar.

2 – Finalmente trouxemos um Oscar para casa. Agora é torcer para ele não ser roubado como a taça Jules Rimet.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB