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Graduada em direito e pós graduada em direito criminal e família, membro da academia de letras e artes de Goiás, tenho uma paixão pela escrita Acredito no poder das palavras para transformar realidades e conectar pessoas

Das coisas silenciosas

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publicado em 12/03/2025 ás 07h00
atualizado em 11/03/2025 ás 20h39
(PT) SAO PAULO, SP - BRASIL : Reprodução fotográfica realizada para a plataforma Base de Dados de Livros de Fotografia. USO EXCLUSIVO. (EN) SAO PAULO, SP - BRASIL : Photographic reproduction made for the website Photographic Books Database. EXCLUSIVE USE.

Há dores e cores silenciosas, que somente choram em nós.  Cores são lembranças. Dores ninguém percebe. Ninguém escuta. Ninguém sente. São aquelas frendas profundas que habitam o silêncio da alma, que se ocultam nas sombras da gente. Palavras não são suficientes para expressar o que se sente, e as explicações não conseguem abarcar a complexidade do que nos aflige. Por mais que o mundo continue a ser como é, essas dores permanecem  em um eco ensurdecedor dentro de nós. Todos nós.

Elas não necessitam de plateia. Não estão ali para serem vistas ou validadas. Apenas existem. Silenciosas, intensas; invisíveis,  esmagadoras. Aprendemos a conviver com elas, a seguir em frente como se tudo estivesse bem, a sorrir mesmo quando por dentro tudo está em pedaços. É uma arte disfarçada de resiliência, um ato cotidiano de fingir que o sol brilha mesmo quando as nuvens chumbo, carregadas.

Certas dores não desaparecem; elas se instalam em nós e tornam-se parte de quem somos. E quando ninguém mais percebe, quando todos ao redor acreditam que estamos bem, elas ainda permanecem ali, chorando silenciosamente. É um lamento que ecoa nas horas mais inesperadas, nas noites solitárias ou nas manhãs ensolaradas.

Chore. Sinta. Abrace essa dor, pois ela não é fraqueza; é amor não despedido, saudade que nunca se apaga e marcas indeléveis de quem já foi parte da nossa história. Essas memórias nos moldam e nos ensinam sobre a profundidade do ser humano.

Assim, ao invés de fugir delas, podemos aprender a acolher essas emoções como parte do nosso crescimento. Cada lágrima é um testemunho da nossa jornada, cada suspiro profundo uma prova da nossa capacidade de amar e sentir intensamente. E quando finalmente reconhecemos essa dor, damos voz ao que antes estava em silêncio; tornamo-nos mais inteiros e verdadeiros.

Abrace suas dores silenciosas. Elas são parte da existência, da essência e do caminho. Sentir é viver plenamente, e viver é um ato de coragem diante das tempestades que podem nos transformar em seres ainda mais belos e complexos. Pense nisso, e veja se consegue rimar, amor e dor.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB