João Pessoa, 16 de março de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em um canto esquecido da vida, onde as palavras flutuam em um balé silencioso, procurei por aquelas que contam histórias e constroem memórias. Vasculhei um dicionário já muito usado, repleto de definições e sinônimos, que encontrei na biblioteca da alma. Um lugar mágico, onde cada prateleira guardava não apenas letras, mas ecos de vidas passadas.
Ali, entre manuais de experiências, romances e poesias, percebi que havia uma diversidade imensa: histórias sofridas, vidas passadas e vividas, sentimentos contorcidos e memórias esquecidas. Cada palavra como uma chave que abria portas para mundos desconhecidos. Ilusões e emoções se entrelaçavam em um labirinto de significados que ressoavam profundamente.
Mas, para minha surpresa, algumas palavras estavam ausentes, aquelas que não se encontram em dicionários ou enciclopédias. Elas eram especiais, únicas e carregadas de significados que só poderiam ser compreendidos nas sutilezas da vida. Demorei a perceber que essas palavras só poderiam ser descobertas nas linhas preenchidas por um silêncio, um imenso silêncio.
Esse silêncio não era vazio; era profundo e cheio de ensinamentos. Ele falava verdades que as outras palavras não conseguiam expressar. Era ali que eu encontrava consolo nas horas difíceis e alegria nas pequenas vitórias. O silêncio me ensinou muito sobre a suavidade do momento presente, sobre a importância de ouvir o coração.
Aprendi que algumas histórias não precisam ser contadas em voz alta; elas se revelam na calmaria de um olhar ou no toque suave de uma mão. O silêncio me mostrou que existem sentimentos que não precisam de palavras para serem entendidos ou interpretados. Eles habitam o espaço entre os sons e o ruído do cotidiano.
Assim, continuei minha busca na biblioteca da alma, agora sabendo que as palavras mais poderosas são aquelas que falam sem falar. E foi nesse doce silêncio que encontrei as respostas para perguntas que nunca soube fazer. A verdadeira sabedoria reside não apenas no que dizemos, mas também no que deixamos de dizer ou escutar — nas histórias da vida em cada pausa, cada respiração.
Descobri então que a biblioteca da alma é infinita e cheia de segredos, onde cada silêncio é uma página em branco esperando para ser preenchida com novas experiências e sentimentos. E assim sigo, entre palavras e silêncios, construindo minha própria história. Eu sou Antônia.
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PROJETO DE LEI - 14/03/2025