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Formada em Direito, Administração com ênfase em Comércio Exterior e pós-graduada em Comunicação Corporativa pela Universal Class da Florida.
É lider climate reality change pelo Al Gore e ceo do site Belicosa.com.br onde escreve sobre comportamento digital e Netnografia.

Os Livros que Não Ensinam Mais em Tempos de IA 

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publicado em 18/03/2025 ás 18h08

Você tem uma estante de livros em sua casa? Ultimamente olho para a minha com um misto de orgulho e saudade? A minha está aqui, me encarando. Mas  as vezes, me pego pensando: quantos deles ainda fazem sentido hoje? Estamos em tempos de inteligência artificial  e o chão treme sob os pés da literatura tradicional.

Não é que os livros estejam morrendo, mas muitos viraram relíquias obsoletas ou peças de decoração, mais focados em enfeitar a prateleira do que em acender ideias. E a IA? Ela está redesenhando esse caminho, trazendo um futuro onde, acredite, pode ser mais esperta que muitos títulos por aí.

Design que Enganou a Inspiração

Quanto livros de “Como Fazer X em 5 Passos” você já comprou. O mercado está cheio de obras que envelheceram mal. A IA, com sua capacidade de atualizar tudo em tempo real, deixa essas páginas no chinelo.

E tem mais: muitos livros novos parecem mais produtos de design do que fontes de inspiração. Capas incríveis, papel chique, mas conteúdo raso, feito para brilhar na foto do Instagram, não para mexer com a cabeça. É como se dissessem: “Me compre pelo visual, não pelo que eu sou”. E isso, me cansa.

Aqui entra a inteligência artificial, essa parceira inquieta que não para de aprender. Diferente de um livro preso no tempo, a IA esta em movimento e  busca dados frescos, cruza informações e entrega respostas na sua medida.

Um estudo recente publicado no Journal of Artificial Intelligence Research em 2024, mostrou que sistemas de IA como assistentes de linguagem superam materiais impressos em precisão e relevância em 40% dos casos testados. Isso porque ela não fica amarrada a uma edição antiga; ela cresce comigo.

E o futuro? Iisso só vai aumentar. Quanto mais a IA evolui, mais ela se torna o atalho que muitos livros juravam ser. Não é sobre matar a leitura, mas sobre reconhecer que, para certos temas, ela é mais ágil.

A IA pode ser nossa guia nesse mar de letras e ajudar a escolher o que ainda vale a pena ser lido. Como? Primeiro, ela separa o joio do trigo. Peça a ela para indicar livros atemporais sobre criatividade ou filosofia, por exemplo.

Segundo, ela te ajuda a ler com mais profundidade. Já tentou pedir a uma IA para resumir um capítulo pesado ou explicar aquele termo que travou a página? É como ter um amigo esperto ao lado.

Terceiro, ela personaliza: diga o que te toca, e ela traz temas ou autores que batem no seu peito. É leitura com alma, não só com olhos.

Escrever isso me fez olhar minha estante com um aperto no coração. Amo o cheiro de livro, o peso de um livro nas mãos, mas sei que nem todos ali me ensinam mais. E pasmem comecei a fazer um limpa e a doar livros que para mim já eram obsoletos, mas que para outros não são. Troquei alguns com amigos, deixei alguns no ponto de ônibus na frente da minha casa.

Engajar a leitura com a IA e muito mais que uma estante cheia de livros, e saber o que guardar e o que desapegar para que outras pessoas tenham acesso e depois com a IA ampliem sua curiosidade sobre o tema.

A IA não veio para apagar a paixão de quem deseja um livro na mão, veio para apontar o que ainda brilha e o que já se apagou baseado na sua percepção.

Eu estou usando a IA para garimpar os títulos que valem, para entender melhor o que lê, para encontrar o que me move. Porque, no fundo, o que importa não é o formato, mas a faísca que acende dentro da gente ao ler assuntos diferentes sejam eles antigos ou novos.

Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB