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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Seria o Papa Francisco, nosso Tiradentes?

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publicado em 21/04/2025 ás 08h11
atualizado em 21/04/2025 ás 08h51

Foi pela procura de uma voz, uma voz que a humanidade escutasse, uma voz que respondeu à exigência dos sem voz, jogados nas sombras do mundo, da necessidade, que o Papa Francisco construiu um diálogo com a alteridade, condição do que é  o outro, do que é distinto.

Francisco não ficou sentado para que escutassem sua voz. Ele ficou impregnado de tudo e modificava. Deu ouvidos a tão aparente inocência do mundo, mesmo quando são somos inocentes, a se aventurar no mais dissimulado dos perigos, do racismo, do grito das mulheres, dos ignorados homossexuais e dos miseráveis.

Até onde pode conseguiu quebrar o coração do homem. Tão veloz somos nós, mais veloz foi o Papa Francisco.

Nos últimos instantes, o Papa Francisco falava pelas mãos a ´engolir a côdea do mundo´, na lembrança de um verso de Emily Dickinson, a mais desconhecida poeta americana.

O Papa Francisco ignorou diversas vezes afirmações arcaicas e preconceituosas e conseguiu avançar nas evidências e foi imensamente feliz, quando disse que o ato sexual era um presente Deus.

Seria o Papa Francisco o nosso Tiradentes? Acho que não, os tempos não outros e Tiradentes era só um alferes da cavalaria, um dentista amador e um dos principais propagadores da ideia da independência.

O Papa foi mais longe que a expressão em latim “Libertas quae sera tamen”, que está estampada na bandeira de Minas Gerais.

E não digo mais nada.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB