João Pessoa, 21 de abril de 2025 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Foi pela procura de uma voz, uma voz que a humanidade escutasse, uma voz que respondeu à exigência dos sem voz, jogados nas sombras do mundo, da necessidade, que o Papa Francisco construiu um diálogo com a alteridade, condição do que é o outro, do que é distinto.
Francisco não ficou sentado para que escutassem sua voz. Ele ficou impregnado de tudo e modificava. Deu ouvidos a tão aparente inocência do mundo, mesmo quando são somos inocentes, a se aventurar no mais dissimulado dos perigos, do racismo, do grito das mulheres, dos ignorados homossexuais e dos miseráveis.
Até onde pode conseguiu quebrar o coração do homem. Tão veloz somos nós, mais veloz foi o Papa Francisco.
Nos últimos instantes, o Papa Francisco falava pelas mãos a ´engolir a côdea do mundo´, na lembrança de um verso de Emily Dickinson, a mais desconhecida poeta americana.
O Papa Francisco ignorou diversas vezes afirmações arcaicas e preconceituosas e conseguiu avançar nas evidências e foi imensamente feliz, quando disse que o ato sexual era um presente Deus.
Seria o Papa Francisco o nosso Tiradentes? Acho que não, os tempos não outros e Tiradentes era só um alferes da cavalaria, um dentista amador e um dos principais propagadores da ideia da independência.
O Papa foi mais longe que a expressão em latim “Libertas quae sera tamen”, que está estampada na bandeira de Minas Gerais.
E não digo mais nada.
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