João Pessoa, 05 de março de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A médica Myriam Priscilla de Rezende Castro, condenada por ter mandado cortar o pênis do ex-noivo, deu à luz gêmeos nesta quarta-feira (4), em uma maternidade localizada em Belo Horizonte (MG), onde ela foi localizada pela polícia após ter sido considerada foragida.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds-MG), assim que tiver alta, a médica será encaminhada ao Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade, situada na cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Não há previsão de quando a alta ocorrerá.
O órgão informou desconhecer a gravidez da médica em razão de não ter sido apresentado por ela nenhum documento médico nesse sentido.
A assessoria de imprensa da maternidade Octaviano Neves informou que os bebês nasceram prematuros e estão internados em observação no Centro de Tratamento Intensivo Neonatal da unidade hospitalar. No entanto, o setor não revelou em qual mês de gestação eles nasceram nem o sexo das crianças.
A reportagem tentou contato com o advogado de defesa da médica, mas não conseguiu localizá-lo. O defensor, entretanto, havia dito anteriormente que a cliente se submeteu a uma inseminação artificial para engravidar.
Ele também tinha negado que a cliente tivesse fugido da cadeia e justificou a internação na maternidade em razão de problemas de saúde dela. Ele também havia adiantado que a gravidez teria sido revelada ao juiz que cuida do caso.
Foragida
Myriam Castro havia sido condenada a seis anos de prisão em regime semiaberto, com direito ao trabalho, e cumpria a pena no Complexo Penitenciário Estevão Pinto, situado na capital mineira.
A Subsecretaria de Administração Prisionais (Suapi) considerou a presa foragida em razão de ela não ter retornado à unidade prisional no dia 28 de janeiro deste ano.
Ela foi localizada pela polícia na maternidade, após uma denúncia anônima, no dia 21 do mês passado. Desde então, permanecia sob escolta de agentes do sistema penitenciário. A Justiça ainda negou, no final de fevereiro deste ano, pedido da defesa para que ela cumprisse o restante da pena em prisão domiciliar.
Relembre o caso
O crime contra o ex-noivo ocorreu em Juiz de Fora (278 km de Belo Horizonte), em 2002. A médica foi condenada em abril de 2009, mas não foi presa imediatamente em razão dos diversos recursos impetrados pelos seus advogados.
Ela só foi presa em abril do ano passado, em Pirassununga (211 km de São Paulo), após expedição de mandado da prisão pela Justiça.
De acordo com o processo, à época do rompimento do casamento, a médica teria se revoltado contra o homem e passado a ameaçá-lo. Ele teve sua casa e um automóvel incendiados.
Em seguida, ainda de acordo com o processo, Myriam, com a ajuda do pai, teria contratado dois homens para mutilar o ex-noivo. Um dos executores está preso. Por causa de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o julgamento, o pai cumpre pena em regime domiciliar. A vítima sobreviveu e vive anonimamente.
Uol
ENTREVISTA NA HORA H - 27/11/2024