Daniel Lima • MaisPB https://www.maispb.com.br/categoria/colunistas/daniel-lima Soma de conteúdo com credibilidade Thu, 16 Apr 2020 09:15:08 +0000 pt-BR hourly 1 112837577 Muito obrigado, Dom Aldo! https://www.maispb.com.br/458880/muito-obrigado-dom-aldo.html Thu, 16 Apr 2020 09:15:08 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=458880 Mesmo desanimado e triste com a partida para a eternidade do nosso Arcebispo Emérito, busco no seu exemplo de escritor, a força para traçar algumas linhas para a coluna aqui no MaisPB. Dom Aldo di Cillo Pagotto tinha uma enorme capacidade de compreender a realidade social, além da sua vida religiosa de serviço ao povo […]

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Mesmo desanimado e triste com a partida para a eternidade do nosso Arcebispo Emérito, busco no seu exemplo de escritor, a força para traçar algumas linhas para a coluna aqui no MaisPB. Dom Aldo di Cillo Pagotto tinha uma enorme capacidade de compreender a realidade social, além da sua vida religiosa de serviço ao povo paraibano.

A edição dominical do saudoso Correio da Paraíba, era recheada de colunas opinativas, dentre elas figurava o prestigiado espaço de Dom Aldo Pagotto. Recordo que bem mais jovem, incentivado por Antonio Nunes Filho, amigo do meu pai e da minha família, fazia a leitura semanal. Seu Antonio não escondia o entusiasmo e dizia que só era assinante do jornal por causa de Dom Aldo.

Através das mãos de Dom Aldo, assim como muitos jovens de João Pessoa e região, recebi o sacramento da Crisma no Santuário de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, no bairro de Tambauzinho. Inesquecível celebração presidida pelo arcebispo com o amigo Frei Gilvan Salviano, então guardião do Santuário. Recordo muito bem a orientação da equipe de catequistas, especialmente pela voz do amigo Flávio Wanderley: Cheguem cedo, pois Dom Aldo é pontual. O compromisso com a liturgia e zelo pela Santa Missa era algo marcante nele. Na Catedral, no Santuário dos Capuchinhos e no Grupamento de Engenheira na Missa de Natal, recordo belas as belas homilias.

Começo este parágrafo com os olhos cheios de lágrimas. Ô amigo Dom Aldo! Faça isso comigo não! Mas chorar é bom e alivia o coração. Vou seguir escrevendo, porque tenho um pouco mais para recordar. A Crisma foi para mim um momento de reencontro com a Fé. A partir daí nunca mais perdi uma missa dominical, muitas vezes deixada de lado pela preguiça etc. Hoje diante das medidas de isolamento social por conta do Coronavírus, sinto tanta saudade da Igreja e dos seus bancos de madeira. De tudo que envolve o sagrado. Logo isso tudo vai passar.

Falei acima sobre a inspiração nos escritos do nosso saudoso Dom Aldo, da sua presença junto do povo de Deus na Igreja Católica. Ele foi um guerreiro nas lutas em prol do bem comum. Era presença certa em todos os movimentos políticos justos, como na defesa da Transposição do Rio São Francisco, para trazer água para o povo do Nordeste Setentrional. Batendo de frente, inclusive, com colegas bispos da Bahia, por exemplo. Não posso olvidar da sua luta incessante pela vida desde a concepção, e pela preservação da Família.

Aldo era corajoso e nos inspirou. Sua pena de escritor não fraquejou diante das injustiças contra o nosso povo pobre e explorado. Não calou diante dos desmandos de corrupção que levaram o Brasil para as páginas policiais mundo afora. Foi às ruas de João Pessoa, envolvido com a bandeira nacional. Na posição de cidadão, não foi para o trio ou palanque fazer discurso. A sua participação junto das pessoas trazia o respaldo moral para o movimento. Pagou o preço mais à frente com duras retaliações.

Os ataques ardilosos começaram tímidos e logo ganharam a adesão de alguns por interesses diversos. Não vou discorrer mais sobre o tema, o momento é de homenagem. Deus sabe todas as coisas.

Recordo com carinho de uma missa celebrada por Dom Aldo após a renúncia, na Comunidade Católica Nossa Senhora Menina, ao lado do Espaço Cultural José Lins do Rêgo. Recebi um telefonema – não recordo agora se foi Igor ou Davi Aguiar – filhos de Eulina e André Aguiar, meus amigos queridos, para uma celebração na capela. Na ocasião, nosso amado pastor nos confortou com palavras de esperança e fé. No final nos despedimos com um abraço e ele disse-me: “Faça sempre o bem”. Aquilo me marcou profundamente.

Torcedor do Palmeiras, exímio sanfoneiro e de um humor refinado, Dom Aldo era o tipo que envolvia a todos numa boa conversa. Sabia ser firme quando necessário, mas sem perder a doçura da caridade.

Recordo a última celebração dele na qual participei, levada à cabo na Paróquia Santuário Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Tambiá. Ao lado do Padre Abel e do amigo Conêgo Marcelo Arruda, Dom Aldo estava mais uma vez no altar como o sacerdote e pai espiritual de muitos. Descendente de italianos, nascido no Estado de São Paulo, Aldo de Cillo Pagotto tinha a Paraíba no coração. Era nítida a sua alegria de viver na capital de todos os paraibanos.

Os fiéis católicos amavam Dom Aldo e a prova é um vídeo que circula atualmente nas redes sociais. Na primeira missa com o nosso querido Arcebispo Dom Manoel Delson, no ginásio O Ronaldão, Pagotto foi aplaudido e ovacionado. Estava ali, portanto, a retribuição do povo de Deus pelo labor incansável por mais de dez anos à frente da Arquidiocese da Paraíba.

Dom Aldo, do céu espero que possas ler estas linhas truncadas. Em nome de muitos deixo aqui o meu agradecimento por tudo que fizeste. Seu nome está marcado para sempre na história da nossa Santa Igreja Católica. Muito obrigado, Dom Aldo!

Ao meu leitor que chegou até aqui, agradeço pela paciência e peço perdão pela emoção em demasia. Compartilho o trecho de uma oração para que possamos refletir neste momento tão difícil para a humanidade. A ladainha da humildade atribuída ao Cardeal Merry del Val. Ela me faz lembrar a vida de Dom Aldo Pagotto. Deixa muita saudade!

“Do receio de ser humilhado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser desprezado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de sofrer repulsas, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser caluniado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser esquecido, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser ridicularizado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser infamado, livrai-me, ó Jesus.

Do receio de ser objeto de suspeita, livrai-me, ó Jesus…”

Descanse em paz, amigo do povo paraibano.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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O que é que Bolsonaro tem? https://www.maispb.com.br/450114/o-que-e-que-bolsonaro-tem.html Mon, 02 Mar 2020 12:55:39 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=450114 “O que é que a baiana tem?”, cantava Carmen Miranda, nos Estados Unidos da América, para o mundo todo ouvir. Podemos perguntar: o que é que o Bolsonaro tem? Tem apoio do povo? Tem. Diferentemente de Fernando Collor e Dilma Rousseff, o Presidente da República tem respaldo popular e um governo que reduz diariamente o […]

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“O que é que a baiana tem?”, cantava Carmen Miranda, nos Estados Unidos da América, para o mundo todo ouvir. Podemos perguntar: o que é que o Bolsonaro tem? Tem apoio do povo? Tem. Diferentemente de Fernando Collor e Dilma Rousseff, o Presidente da República tem respaldo popular e um governo que reduz diariamente o rombo na economia deixado pelos anos de corrupção do PT.

Jair Bolsonaro carimbou seu passaporte para o segundo turno com o expressivo percentual de 46% dos votos no primeiro, mesmo com escassos segundos, no tão disputado guia eleitoral. Sem as máquinas partidárias, o atual chefe do executivo foi eleito no segundo turno com pouco mais de 55% dos votos válidos. Portanto, é uma balela dizer que o país está dividido. Vivemos sim em uma sociedade polarizada, mas o presidente foi eleito com vantagem considerável e, segundo as últimas aferições dos institutos de pesquisas, segue contando com a confiança crescente da população.

Sem estrutura partidária, Bolsonaro venceu e governa. Os ministros são todos técnicos e da cota de confiança do presidente, apesar das filiações partidárias. O DEM, por exemplo, comanda pastas importantes, mas sem loteamento. Algo que era comum no desgoverno do PT, quando o MDB fez parte do consórcio. Isso tudo ainda causa indigestão no Parlamento, mal-acostumado com fatias gordas do bolo orçamentário. Meus estimados leitores, vocês sabem disso tudo. Mas é preciso recapitular os fatos.

Jair Bolsonaro foi eleito com um plano de ações claro. Os cidadãos querem segurança pública, emprego, respeito à propriedade, liberdade econômica, respeito à família e aos valores cristãos. Igualmente eleitos foram os senhores parlamentares federais. Como conciliar os interesses populares com os corporativos? Eis a questão que vai pautar o debate no legislativo em 2020. Com a pimenta das eleições municipais no meio.

O momento exige temperança. Qualquer flerte com pedido de impeachment do presidente Bolsonaro é assanhamento. Tentar enfraquecer o Governo por causa de inconformismo eleitoral é mesquinharia.

Recentemente vimos em uma mensagem da Embaixada da Espanha, no Twitter, o relato da visita institucional do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, àquele país ibérico. Qual é o problema na missão? Uma das pautas foi a discussão sobre o parlamentarismo, como sabemos é o regime espanhol, casado com uma monarquia. Maia quer ser oficializado primeiro-ministro? Quem será o Rei?

Paralelamente, vimos com espanto o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ferrenho opositor do Presidente Bolsonaro, gravar um vídeo em defesa do veto presidencial. Ainda estamos no presidencialismo. Momento estranho o atual.

Ademais, nossas instituições seguem resilientes diante da oratória cada vez mais aguda. Recordo Ulysses Guimarães que disse mais ou menos assim: o que coloca medo nos políticos é o povo na rua. Diante das circunstâncias da atual conjuntura política, penso que os apoiadores do presidente Bolsonaro tem o dever de sair às ruas e respaldar o Governo. Nenhum integrante dos três poderes pode estar imune às críticas. Só vale manifestação contra o chefe do Executivo? Os representantes do Judiciário e do Legislativo formam uma casta superior? Alguns pensam que sim. Respeitando a ordem e o Estado Democrático de Direito, toda e qualquer manifestação tem no seu DNA o avanço da cidadania.

Anseio que o Governo Bolsonaro avance com a sua agenda e conte com o apoio dos outros poderes da República. Nosso país não pode ficar à mercê de grupos e de interesses não republicanos. Que os chefes dos poderes da República tenham mais amor ao Brasil. Só isso basta.

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O valor do voluntariado https://www.maispb.com.br/439125/o-valor-do-voluntariado.html Sun, 12 Jan 2020 18:37:22 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=439125 Todos nós reclamamos diariamente das coisas que não andam bem na nossa cidade, estado e no Brasil. Até mesmo de situações em outros países e continentes. O que podemos fazer além de cobrar dos governos em todas as esferas? Podemos muito mais do que imaginamos. Resolvi escrever nesta coluna, sobre uma experiência vivida na última […]

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Todos nós reclamamos diariamente das coisas que não andam bem na nossa cidade, estado e no Brasil. Até mesmo de situações em outros países e continentes. O que podemos fazer além de cobrar dos governos em todas as esferas? Podemos muito mais do que imaginamos.

Resolvi escrever nesta coluna, sobre uma experiência vivida na última sexta-feira (10). De férias com a família em João Pessoa, meu amigo argentino Nicolás Romero, perguntou-me sobre o voluntariado na nossa cidade. Na Argentina, ele participa ativamente de um trabalho com pessoas em situação de rua. Imediatamente, lembrei-me do belíssimo apostolado da Comunidade Católica Filhos da Misericórdia, localizada no bairro dos Ipês. Entrei em contato com alguns amigos membros e fomos conhecer in loco. A iniciativa da Pastoral que socorre as pessoas com refeições e higiene era familiar, mas apenas de passagem pelas ruas ou em reportagens de emissoras locais.

Café quente, pães devidamente preparados, suco de caju geladinho na garrafa; o motor da Kombi foi ligado e saímos aproximadamente às 20h pelas ruas da capital da Paraíba. Após abastecer o veículo, a primeira parada ocorreu na avenida Presidente Epitácio Pessoa. Dois moradores de rua gritaram e descemos para atendê-los. Rapidamente fomos ao encontro deles. Não demorou e mais pessoas apareceram para a refeição. Nesse ínterim, rezamos e além do alimento, levamos a palavra do nosso Senhor Jesus Cristo. Ouvimos também o que eles tinham a dizer sobre a vida e suas agruras. Todos nós seguimos carregando a nossa cruz.

A missão da noite, capitaneada por Dona Mazé, prosseguiu pelas ruas da nossa amada cidade. Da Epitácio Pessoa passamos para a Avenida Ministro José Américo de Almeida. Outro grupo estava nas proximidades da Primeira Igreja Batista. Paramos e a distribuição de sopa e quentinhas continuou, com um diálogo nutrido sempre pela fé e esperança. Não posso esquecer de um morador que mostrava orgulhoso as suas roupas limpas e as unhas bem cortadas.

Em seguida descemos até a Praça dos Três Poderes, outro grupo de pessoas estava a esperar. Fizemos parada na Rua Treze de Maio e nas proximidades da Caixa Econômica do Centro. Neste espaço encontramos muitas crianças que precisam de mais amparo e oportunidades.

É urgente uma ação mais efetiva do poder público? Sim. Contudo, diante da burocracia e demora nos trâmites legais para as ações que são levadas à cabo pelo Estado, nós cidadãos devemos buscar o voluntariado. O campo de atuação é amplo, e não precisa ser rico para ajudar. A sopa distribuída às sextas-feiras, por exemplo, é preparada por uma família voluntária. Vale registrar que alguns restaurantes ajudam com alimentos. Outras pessoas com roupas e artigos de higiene.

Que tenhamos um olhar mais afetuoso com as pessoas vulneráveis. Com um interesse verdadeiro pelo ser humano, além do eleitoreiro, muito comum para o período do calendário. Católicos, cristãos de outras denominações, espíritas; pessoas que não professam a fé, precisam estar unidas pelo bem comum.

O espírito de serviço do meu amigo argentino, me aproximou de um trabalho belíssimo realizado pela Comunidade Católica Filhos da Misericórdia. Façamos a diferença neste ano que começa. Procure a comunidade e ajude de alguma forma. Tem muita gente que precisa da nossa mão, da nossa palavra.

Agradeço ao amigo coordenador Bosco Gregório, à Dona Mazé, Lira, Isabella, Célia Lima, Amanda, Geane e todos que conduzem a Pastoral, pela acolhida fraterna.

Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de Boa Vontade!

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Bolsonaro anima a tropa no começo do ano https://www.maispb.com.br/437478/bolsonaro-anima-a-tropa-no-comeco-do-ano.html Sun, 05 Jan 2020 13:00:21 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=437478 Chegou o tão esperado ano novo e o calendário parece correr apressado. Arrancamos todos com muita esperança e fé de dias melhores, com mais oportunidades e prosperidade. Aproveito o ensejo para agradecer a cada leitor que nos acompanha desde dezembro do ano passado, quando por convite do jornalista Heron Cid, passei a escrever no conceituado […]

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Chegou o tão esperado ano novo e o calendário parece correr apressado. Arrancamos todos com muita esperança e fé de dias melhores, com mais oportunidades e prosperidade. Aproveito o ensejo para agradecer a cada leitor que nos acompanha desde dezembro do ano passado, quando por convite do jornalista Heron Cid, passei a escrever no conceituado portal MaisPB, da nossa Paraíba para o mundo. Desejo que todos tenham passado bem os festejos de Natal e Réveillon. Vamos em frente que 2020 promete fortes emoções!

Como o título da coluna anuncia, abordarei alguns pontos da transmissão ao vivo feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no final da tarde deste sábado (04), através do Facebook.

Sentado na biblioteca, com a camisa do seu Palmeiras e o habitual relógio esportivo no braço, o Presidente da República deu início à transmissão com outro aparelho móvel escorado numa mala preta de couro. Na conexão paralela, estava um grupo de apoiadores cearenses do Aliança pelo Brasil, partido a ser criado em breve após os devidos trâmites junto ao TSE.

Com o entusiasmo habitual, Bolsonaro provocou a interação, e a primeira pergunta foi sobre segurança pública, abrindo espaço em seguida para o turismo. O presidente comemorou ações no combate ao crime organizado e admitiu um bom diálogo com o governador do Ceará, o petista Camilo Santana. Destacou o trabalho feito por Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo. Além da conversa institucional amistosa com o governador, não esqueceu os líderes locais: Alex Ceará e o General Theophilo.

Podemos destacar que o foco do líder conservador Jair Bolsonaro, foi chamar a tropa para a batalha. Assinalou o potencial do futuro partido, mas sem esquecer os antigos amigos do PSL -mesmo sem citar nomes – disparou contra aqueles que, segundo ele, se encantaram pelas benesses do poder, notadamente os parlamentares que cresceram os olhos no fundo partidário. Bolsonaro acredita que o novo Aliança pelo Brasil terá potencial de eleger cerca de 100 deputados federais em 2022.

O capitão Jair reforçou a necessidade de comandos partidários coesos, para garantir o filtro nos quadros, justamente para evitar os problemas vistos no PSL, seu ninho anterior.

Além de animar os apoiadores, Bolsonaro mirou nas ações do Governo e no futuro. Em alto e bom som, ressaltou que aceita críticas e ‘pancadas’, mas pede mais critério diante das notícias que circulam e dos fatos sobre o seu governo. Para o presidente, é preciso mais compreensão das pessoas sobre as regras da Constituição Federal, que organiza os poderes da República, mencionados claramente: Executivo, Legislativo e Judiciário. Tenho que concordar com o presidente. Muitos dos seus eleitores estão ansiosos demais na implementação do programa de governo escolhido pela maioria do povo brasileiro. O chefe do executivo não pode atropelar os trâmites legais, sob pena de incorrer em crime de responsabilidade, por exemplo.

Sobre a harmonia com o Poder Judiciário, mencionou liminar do STF no ano passado, que garantiu o abastecimento de navios iranianos em águas brasileiras, diante do embargo dos Estados Unidos e a tensão com o Irã desde então. Sabemos bem como a temperatura subiu nos últimos dias. Sobre a política externa, citou a migração em massa dos venezuelanos que fogem do socialismo de Maduro e os reflexos mais agudos em Roraima. Bolsonaro afirmou também que respeita o resultado das urnas na Argentina, e que espera do novo presidente, Alberto Fernández, cumprimento ao novo acordo do Mercosul com a União Européia.

Discorreu também acerca do juíz de garantias, e da não repercussão do tema antes da sanção do projeto oriundo do parlamento. Do fundão eleitoral, destacou justamente sobre a lei e rechaçou que teria usado dinheiro público em campanha (teve gente da imprensa que acusou), até por impossibilidade cronológica mesmo.

Bolsonaro segue em comunicação direta com as pessoas, da mesma forma que fez no auge da sua atuação como deputado federal, passando pela campanha que o alçou ao Palácio do Planalto. Comunicação simples e de baixíssimo custo, mas com mensagens diretas e sinceras, mirando os corações e mentes.

Ficou claro seu interesse pelo Nordeste nesta transmissão pela internet, especialmente pelo desejo de voltar ao Ceará, desta vez com a filha caçula Laura, para que ela possa conhecer Crateús, cidade originária de familiares da primeira-dama Michele Bolsonaro.

Para não perder o costume, o presidente abriu novamente as baterias contra o governador Wilson Witzel (PSC). Bolsonaro atribui com muita veemência, o envolvimento direto do governador fluminense nas investigações e suposta manipulação no inquérito da Polícia Cívil no Caso Marielle. Relembrou que o governador do Rio andava colado com seu filho senador Flávio Bolsonaro (sem partido), sendo eleito com o prestígio bolsonarista.

Ufa! Foram esses alguns apontamentos da longa transmissão do presidente – foi quase uma hora de conversa. Vale lembrar que Bolsonaro, apesar dos atritos durante o seu primeiro ano de governo, foi quem mais recebeu jornalistas entre cafés e almoços em Brasília. Mas a sua comunicação mais efetiva, tal qual o seu aliado Donald Trump, ocorre sem intermediários, pelas redes sociais.

O ano novo promete ser vibrante na política brasileira.

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Ricardo Coutinho é um líder acuado https://www.maispb.com.br/435271/ricardo-coutinho-e-um-lider-acuado.html Mon, 23 Dec 2019 11:53:45 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=435271 Faço uma breve análise de discurso do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), acusado de ser chefe de uma organização criminosa no bojo da Operação Calvário que pediu a sua prisão na última terça-feira (17). Após a veiculação de tão esperada reportagem do Fantástico da TV Globo, o socialista e atual presidente da Fundação João Mangabeira, estava […]

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Faço uma breve análise de discurso do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), acusado de ser chefe de uma organização criminosa no bojo da Operação Calvário que pediu a sua prisão na última terça-feira (17).

Após a veiculação de tão esperada reportagem do Fantástico da TV Globo, o socialista e atual presidente da Fundação João Mangabeira, estava visivelmente acuado em uma transmissão ao vivo na noite do domingo (22), pelas redes sociais.

O Ricardo “leão valente” de outrora, agora fala manso e alega ser inocente e vítima de perseguição. De quem? Não adentrou no inimigo imaginário.  Extensiva também – a suposta perseguição – as lideranças políticas do PSB paraibano, como a prefeita Márcia Lucena do município do Conde no litoral, também presa e liberada junto com Ricardo, após o generoso habeas corpus concedido pelo ministro Napoleão Nunes Maia, do STJ.

Coutinho lembrou antes o suicídio de Getúlio Vargas após pressões da imprensa à época, da retirada de João Goulart do poder, do impeachment de Dilma Rousseff, etc. Falou de criminalização da política. Falou, falou, falou… e não disse nada sobre o vasto material exibido em rede nacional de televisão.

Evitou ataques ao MP e disse que indicou sempre os mais votados na lista tríplice. Mas não conseguiu rechaçar a fala de Livânia Farias e do operador Daniel Gomes da Cruz Vermelha, que pagou as propinas para Ricardo – comprovadas em áudios – e afirmou repasse de recursos do esquema para a campanha do atual governador João Azevêdo Lins Filho (sem partido).

Ricardo está abalado e na defensiva. Fez um discurso tão somente para a sua base política e militância nas redes. Os comentários eram majoritariamente negativos. Alguns internautas fiéis demonstraram apoio ao ex-governador. Ele é um político do confronto e devia essa satisfação para os aliados. Creio que isso ele fez bem.

A população, todavia, não cairá nessa farsa de perseguição, depois de tantas provas robustas expostas pelas investigações e pela imprensa livre do nosso país.

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Triste Fim de Ricardo Coutinho https://www.maispb.com.br/434803/triste-fim-de-ricardo-coutinho.html Fri, 20 Dec 2019 19:44:17 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=434803 Da Granja Santana para a nova estadia na Penitenciária Juiz Hitler Cantalice no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, capital da Paraíba. Traçando paralelo com a célebre obra de Lima Barreto (Triste Fim de Policarpo Quaresma), acompanhamos todos o desfecho triste e melancólico da carreira política do ex-governador Ricardo Vieira Coutinho (PSB). Com todo respeito […]

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Da Granja Santana para a nova estadia na Penitenciária Juiz Hitler Cantalice no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, capital da Paraíba. Traçando paralelo com a célebre obra de Lima Barreto (Triste Fim de Policarpo Quaresma), acompanhamos todos o desfecho triste e melancólico da carreira política do ex-governador Ricardo Vieira Coutinho (PSB). Com todo respeito ao personagem literário.

Ricardo regressou da Europa em voo da TAP, e recebeu voz de prisão ao aterrar – gosto da palavra lusitana – em Natal no vizinho Rio Grande do Norte, na mesma rota que fizeram outrora, os navegadores de Portugal até o Brasil. Não como desbravador ou simples degredado, mas acusado, com fartas provas, de ser o chefe de uma grande Organização Criminosa, a famigerada ORCRIM da Cruz Vermelha. O áudio da conversa com o operador Daniel Gomes foi fatal.

Coutinho começou nesta sexta-feira (20) o seu ocaso, decretado na última terça-feira (17) com a ordem de prisão no bojo da Operação Calvário – etapa denominada Juízo Final. Melhor nome não poderia ter sido escolhido. Como cristão católico, creio na remissão dos pecados – até os mais graves – quando existe o verdadeiro arrependimento. Tanto o ex-governador quanto os seus auxiliares e amigos, comparsas no grande assalto aos cofres da Paraíba, ainda podem buscar a reconciliação com a justiça dos homens e, sobretudo, com a justiça divina. Antes, porém, devem devolver os milhões desviados da Saúde e da Educação. Cabral, que não é o Pedro Álvares, mas o Sergio Filho, ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, pode ser um exemplo a ser seguido por Coutinho. De governador e líder político, hoje é delator em um cenário que resguardadas as devidas proporções, é muito similar ao da Paraíba.

Chegamos, portanto, no ápice de uma operação muito bem conduzida pelo coordenador Octávio Paulo Neto (GAECO), com todo o respaldo do Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB), notadamente na pessoa do procurador-geral de Justiça Francisco Seráphico Ferraz da Nóbrega Filho. Vale destacar que não teve pirotecnia e muito menos rompantes de vaidade dos órgãos de investigação e seus promotores. Pelo contrário, conduziram os trabalhos com muita discrição e profissionalismo. A sociedade paraibana, sedenta por justiça e honestidade, reconhece o relevante serviço prestado pelo seu Ministério Público.

Enquanto setores da imprensa e da sociedade cobravam pressa e um rápido desfecho, os investigadores seguiam em silêncio. Sob forte pressão, conduziram todo o processo, culminando em uma etapa com provas robustas e sem espaço para contestações.

Acompanhei através da cobertura de colegas jornalistas a audiência de custódia do ex-governador Ricardo Coutinho, levada a cabo no Tribunal de Justiça da Paraíba. Cabisbaixo, Ricardo alegou ser inocente de todas as acusações. Disse ser dono apenas de uma empresa de consultoria, denominada Philipéia, que, segundo ele, não emitiu uma nota fiscal sequer, diante dos supostos danos de reputação que ele alega ter sido vítima no corrente ano.

O também ex-prefeito da Cidade de Nossa Senhora das Neves, disse ainda que o seu governo foi o mais investigado. Ricardo em tom mais manso, afirmou ter indicado amigos e pessoas que não eram do seu círculo pessoal para os órgãos de controle (como MP e TCE, por exemplo) conforme o texto constitucional estabelece.

No artigo de estreia aqui no MaisPB, falei sobre as “placas tectônicas” na política paraibana e mencionei o surgimento de uma nova liderança, ao mencionar o atual governador João Azevêdo (sem partido) após rompimento com o seu antecessor e padrinho político, Ricardo Coutinho. Contudo, diante do silêncio sepulcral do atual chefe do executivo, fico pensando: será uma independência natimorta após a busca e apreensão no Palácio da Redenção no último dia 17? O tempo haverá de responder.

A cidadania paraibana espera que as investigações possam avançar e os acusados sigam recebendo o mesmo tratamento digno. Que a imprensa livre e independente siga com coragem no encalço dos corruptos.

Nossa pequenina e brava Paraíba, não pode tolerar impunidade, nem tampouco que essa história vergonhosa que alguns escreveram nos últimos anos um dia possa se repetir.

A corrupção mata de várias formas. Quando não oferece um serviço de saúde pública digno, quando nega uma educação de qualidade. Sonhos são destruídos. Investidores correm para outras paragens. Oxalá tenhamos um desfecho definitivo nessa trama engendrada por megalomaníacos do poder.

Precisamos olhar para frente com os olhos firmes e com os passos na esperança e na justiça entre as pessoas de boa vontade.

Viva a Paraíba! Viva o povo de bem deste sublime torrão do nordeste brasileiro!

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Greta Thunberg e a histeria ambientalista https://www.maispb.com.br/432922/greta-thunberg-e-a-histeria-ambientalista.html Fri, 13 Dec 2019 20:11:31 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=432922 Em meados de 2018, quando ondas de calor e incêndios atingiram a Europa, a jovem estudante Greta Thunberg decidiu não ir à escola e foi protestar no parlamento da Suécia, com um cartaz que dizia: “Em greve escolar pelo clima”. Surgiu então o denominado movimento “Fridays for Future”, com protestos às sextas-feiras. A jovem sueca […]

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Em meados de 2018, quando ondas de calor e incêndios atingiram a Europa, a jovem estudante Greta Thunberg decidiu não ir à escola e foi protestar no parlamento da Suécia, com um cartaz que dizia: “Em greve escolar pelo clima”.

Surgiu então o denominado movimento “Fridays for Future”, com protestos às sextas-feiras. A jovem sueca de apenas 16 anos de idade, começou a ocupar espaço na mídia.

O meio ambiente é um tema importante para todos nós habitantes do planeta terra. Contudo, é necessário que o debate sobre as mudanças climáticas seja mais racional e menos emocional.

Quem não lembra das previsões apocalípticas do ex-vice-presidente americano, Al Gore? Segundo dizia Al Gore, am alguns poucos anos as calotas polares estariam derretidas. Por exemplo, as orlas do Cabo Branco e Boa Viagem, em João Pessoa e Recife, respectivamente, estariam em tese bem prejudicadas. Pois bem, os anos se passaram e as previsões alarmistas não viraram realidade.

Greta Thunberg é sim a porta-voz de grupos poderosos que lucram com a pauta verde radical. Não vou culpar a infante, pois ela certamente não tem noção da complexidade do mundo em que vivemos. A jovem ativista, diagnosticada com Síndrome de Asperger, recebeu influência dentro de casa e de adultos que viram na sua imagem, a possibilidade de levar à cabo a agenda. O objetivo de chamar atenção foi alcançado.

Além dos líderes mundiais, Greta é motivo de polêmica nas redes sociais entre nós outros, leitores e telespectadores, ouvintes das emissoras de rádio. Nos últimos dias a jovem sueca ocupou quase todos os espaços, e acredito que você que lê estas linhas, ao terminar a coluna em instantes, verá o rosto dela em alguma mídia. No encontro da COP 25 em Madrid, Thunberg foi o centro das atenções. Em Brasília, nosso presidente Jair Bolsonaro questionou a atenção demasiada da mídia com uma pirralha. A partir daí mais uma enxurrada de manchetes, notícias e comentários. Majoritariamente parciais e ecoando a imagem da nova “figura icônica” do ambientalismo. Há uma campanha ostensiva nos grandes meios de comunicação.

O ápice de tudo é a capa da revista Time. A moça agora é a personalidade do ano e quase consenso nas redações. Mas já dizia o inolvidável Nelson Rodrigues: Toda unanimidade é burra. Sigo esta máxima de sabedoria do dramaturgo.

Em seguida, Donald Trump deu praticamente um conselho de pai para uma filha. Sugeriu que Greta procurasse ver um filme com um amigo. Ela repetiu o que fizera com Bolsonaro e ironizou o presidente dos EUA no seu espaço no Twitter. Mais manchetes e comentários. Vibração nas redações.

Assisti um comentário do presidente russo Vladimir Putin, na conta do Sputnik Mundo no YouTube, de outubro de 2019. Caso queira, você poderá conferir “El comentário completo de Putin sobre Greta Thunberg”, com áudio em russo e legenda em espanhol.

O presidente da Rússia foi muito ponderado ao falar sobre a moça. Alertou sobre os adultos que estão por trás disso tudo e dos interesses dos movimentos. Destacou o quão prejudicial até para a própria Greta, tamanha ansiedade diante do futuro do mundo.

Creio que eu, e você que lê estas linhas até agora – com muita paciência – queremos um mundo melhor. Todavia, a questão é muito mais complexa. Precisamos sim de mais energia limpa, mas não podemos abrir mão do desenvolvimento. Milhões de pessoas pelo mundo almejam mais qualidade de vida, e nem comparo com os índices de IDH da Suécia e dos países nórdicos. Milhões de pessoas lutam para comer. Outros tantos por escola, moradia e transporte. Os combustíveis fósseis são vitais para a economia mundial e o acesso às energias renováveis ainda é restrito. Oxalá não demore para que mais pessoas tenham acesso às fontes limpas. Isso ocorrerá quando a maioria tiver acesso à alimentação e mais qualidade de vida.

Ademais, existe um alarmismo que impede um debate sério. Na ausência de argumentos, o ambientalismo radical recorre ao expediente espúrio de usar uma criança como porta-voz dos seus interesses. Cuidar das florestas é importante, mas tratar o esgoto nas cidades é urgente para salvar vidas humanas.

Por fim, penso que é muito bonito ver o engajamento juvenil por causas diversas. Entretanto, preocupa-me a troca do debate racional, por um oba-oba histérico que não nos levará para lugar nenhum.

Não nos deixemos enganar por falácias e campanhas orquestradas. O mundo é muito mais complexo do que podemos imaginar. Busquemos sempre questionar certas saídas radicais e autoritárias.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB

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Os movimentos das “placas tectônicas” na política paraibana https://www.maispb.com.br/431387/os-movimentos-das-placas-tectonicas-na-politica-paraibana.html Sun, 08 Dec 2019 20:32:37 +0000 https://www.maispb.com.br/?p=431387 Os últimos acontecimentos políticos na Paraíba, levaram-me a buscar as conhecidas figuras de linguagem. Nada melhor do que comparar com o movimento natural das placas tectônicas, que costuma variar entre pequenos abalos ou tremores maiores, seguidos de movimentos telúricos secundários. As cartas trocadas entre Ricardo e João, eram esperadas por nós observadores. Por mais democracia […]

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Os últimos acontecimentos políticos na Paraíba, levaram-me a buscar as conhecidas figuras de linguagem. Nada melhor do que comparar com o movimento natural das placas tectônicas, que costuma variar entre pequenos abalos ou tremores maiores, seguidos de movimentos telúricos secundários.

As cartas trocadas entre Ricardo e João, eram esperadas por nós observadores. Por mais democracia e menos ditadura, o governador João Azevêdo (sem partido) deixou o PSB. São palavras dele, após duras críticas do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), numa emissora de TV da capital. O socialista parecia estar solitário numa arena

Nasce, portanto, uma nova liderança na Paraíba. Até então o atual governador vivia à sombra do seu padrinho político de temperamento colérico. João não é mais ofuscado por Ricardo.

Os próximos movimentos serão decisivos. Há quem diga que João buscará solo firme numa centro-esquerda moderada, sem hostilidade com o Governo Bolsonaro. Seria a postura mais acertada, sobretudo quando olhamos o quadro econômico da Paraíba à médio prazo. Inclusive, vale lembrar, João e Bolsonaro tem algo em comum: ambos estão sem partido. O presidente da República, contudo, já anunciou a criação do seu Aliança pelo Brasil.

A correlação de forças começa a mudar na Paraíba e outro fator chave são as eleições de 2020. Os números da última pesquisa apontam algo natural: Ricardo Coutinho e Cícero Lucena nas primeiras posições. Ambos governaram a capital e estão vivos na memória do eleitorado.

No cenário de desgaste da classe política tradicional, Nilvan Ferreira desponta com números animadores. O comunicador tem forte apelo nas camadas mais populares. Estaria ele no piso ou no teto? Penso que enfrentaria resistências de outros setores no decorrer da campanha. Por algum motivo acho que ele poderia ser vítima de um “efeito Romário”, lembrando a disputa do senador pelo Palácio Guanabara no ano passado. Experiência na gestão é algo muito caro para a população. Nilvan seria um vice-prefeito de luxo para qualquer chapa, ou o vereador mais votado em eventual disputa. Tem perspectivas auspíciosas.

No campo da centro-direita, temos nomes com potencial de crescimento. Walber Virgolino teve embates diretos com o ex-governador Ricardo Coutinho. Isso alçou o deputado estadual no debate da sucessão. É um nome na carta bolsonarista, que tem o deputado estadual Cabo Gilberto também posicionado. Efraim Filho apareceu com números animadores e em entrevista ao jornalista Heron Cid, disse que é um bom começo e aposta nos indecisos. O deputado federal, atual coordenador da bancada em Brasília, tem combustível para a pré-campanha, somando ainda no próprio DEM, outro nome que pontuou na pesquisa, o ex-deputado Raoni Mendes, que vale lembrar, já foi o vereador mais votado na cidade de João Pessoa em um passado não tão distante.

Não podemos esquecer do prefeito Luciano Cartaxo (PV), peça importante na sucessão municipal. Bem avaliado e com muitas obras e ações para entregar até o final do mandato, será um cabo eleitoral importantíssimo. Deu sinais claros de que o seu candidato sairá da equipe de auxiliares na prefeitura. Podemos destacar o nome de Diego Tavares, suplente de senador e secretário de Desenvolvimento Social, que tem percorrido todos os recantos da cidade, e demonstra muita disposição na defesa da gestão. Quem acompanha as redes sociais dele, pode constatar o ritmo de maratona. Porém, dentro do arco de alianças do prefeito, há o PSDB do deputado Ruy Carneiro, que foi candidato em 2004 e pode entrar na disputa, caso Cícero queira ficar fora do páreo.

Na virada de ano o novo panorama surgirá. Com a definição do novo partido de João Azevêdo e com os prazos do calendário eleitoral, o céu ficará menos nublado. Em terra firme e sem terremotos, esperemos as futuras alianças. Ainda é cedo, mas parece que teremos muitos candidatos na capital. As forças tendem ao realinhamento no segundo turno cada vez mais certo, relembrando o desenho da primeira vitória de Luciano Cartaxo para prefeito. Ele começou atrás nas pesquisas no primeiro turno, mas foi para o segundo turno catapultado pela baixa rejeição que tinha e manteve na reeleição. Vale recordar o apoio do então prefeito Luciano Agra na primeira eleição do atual chefe do executivo municipal. Tinha até o famoso slogan: “Luciano vota em Luciano”. Não podemos olvidar que em tempos de polarização, ser menos rechaçado pode ser o segredo do sucesso.

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